quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

INDÚSTRIA FRIGORÍFICA É A QUE MAIS LESIONA E MUTILA!?!

    Os lucros nunca foram tão altos. Ao passo que aumenta a produção nas indústrias frigoríficas, aumentam cada vez mais as denúncias contra a forçosa exploração dos trabalhadores neste ramo de produção. A tecnologia, cada vez mais aperfeiçoada, ao invés de ser colocada em benefício dos trabalhadores, é usada para oprimí-los ainda mais. Quanto maior a produção, maior o ritmo de trabalho  - que diminui a vida útil de trabalho dos empregados.

    Mesmo com os altos lucros (que não param de aumentar), os Governos perdoam  dívidas e impostos milionários dessas indústrias em troca do dito “desenvolvimento”. Os trabalhadores são obrigados a obedecer a lógica da exploração. Se reclamar ou mesmo se organizar para resistir, são perseguidos e muitos são mandados embora. Se quem possui contrato com carteira assinada já não têm seus direitos respeitados, aqueles muitos que são contratados hoje através de terceirizadoras não possuem nenhum direito.

    Segundo estudos, bastam 5 anos de trabalho nessas indústrias para que o trabalhador apresente sinais de doença - muitas irreversíveis. Os adoentados recorrem à empresa, porém há médicos que asseguram que devem continuar trabalhando. Ou trabalha doente ou é mandado embora doente ou inválido.

    É uma indústria que produz um exército de trabalhadores lesionados e mutilados. Estima-se que mais de 30% dos trabalhadores efetivos encontram-se em situação de doença.

    E COMO ANDA A LUTA SINDICAL?
    Os sindicatos e centrais sindicais (em especial a CUT),  que em outros tempos lutavam, hoje são base de sustentação de governos que usam o dinheiro do povo para agraciar grandes empresários. As direções dos sindicatos mais atuam como remediadores dos patrões do que lutam contra as péssimas condições de trabalho que são impostas.

    Isso reflete, por exemplo, que em Toledo há muitos trabalhadores da Sadia que deixaram de recorrer ao Sindicato e buscam a justiça através da APLer (Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos). A APLer, desde sua criação, juntamente com o Ministério Público do Trabalho, já abriu inúmeros processos contra a empresa na defesa dos trabalhadores. E houveram vitórias.

    Para avançar rumo à defesa dos interesses dos trabalhadores, é preciso combater o interesse dos grandes industriais e governantes, que não param de enriquecer às custas da saúde dos trabalhadores. Casos de trabalhadores que morrem devido a acidentes de trabalho antes eram motivos para grandes greves e até revoluções. Hoje, a banalização da violência e a naturalização da exploração faz com que todos sigam o ritmo da esteira.

    Ajustar-se à uma sociedade doente não é sinal de saúde. O trabalho que alegam que dignifica é o que nos fazem esquecer que danifica.

Fonte: Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação

Nenhum comentário:

Postar um comentário


PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - Comissão Provisória Municipal de Toledo - Paraná