NOTA PÚBLICA
Através desta nota, o Partido
Socialismo e Liberdade - PSOL de Toledo vem prestar publicamente sua
solidariedade e apoio aos trabalhadores dos Correios que estão em greve.
No dia 17 de setembro de 2013, cerca de 620 trabalhadores dos Correios
do Paraná reuniram-se em Assembléia Geral nos diversos municípios e deflagraram
greve por tempo indeterminado. Em todo o país, em quase todos os estados também
estão ocorrendo mobilizações.
Panorama da Greve em todo o país |
De modo geral, dentre as reivindicações dos trabalhadores estão a não privatização
do plano de saúde, o fim das terceirizações e pela contratação imediata de
efetivos e o reajuste salarial de 47,8% (aumento real de 15% + 7,13% de
inflação + 20% de perdas).
A empresa, que só aumenta seus lucros, além de negar a reposição
salarial exigida pelos trabalhadores há anos, torna as condições de trabalho
cada vez mais precárias, o que acarreta na sobrecarga de trabalho, na desvalorização
e adoecimentos. E o governo federal deixa claro seu projeto de privatização dos
serviços sob a perspectiva neoliberal.
TRABALHADORES DE TOLEDO TAMBÉM
PARALISAM
Trabalhadores dos Correios de Toledo-PR |
Em Toledo, cerca de metade dos carteiros aderiram à greve e estão em
frente do CDD – Centro de Distribuição Domiciliária. Durante a visita que
realizamos no local em 24 de setembro, pudemos constatar junto aos
trabalhadores as condições precárias a que são obrigados a se submeter. Assédio
moral, acidentes de trabalho, falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, salários desvalorizados, dentre outros. Isso não ocorre
somente aqui.
Estão ali trabalhadores de 1 a 25 anos de
carreira. São várias gerações que já lutaram e foram sujeitos de conquistas.
EMPRESA QUER DESMOBILIZAR E NÃO
NEGOCIAR
Os serviços só não pararam totalmente devido às contratações
temporárias precárias, que acabam tendo que “tapar o buraco” da falta de
efetivos, bem como devido às diversas pressões das chefias locais, que vão
desde o assédio moral até o condicionamento de trabalhos nos fins de semana.
Para tentar justificar sua postura de não negociar com os
trabalhadores, a empresa está dizendo que a greve não está afetando os serviços.
Isso é mais uma manobra para menosprezar a luta e maquiar a realidade. Para não
criar impacto na sociedade, o que daria mais ênfase na luta, aqueles que não
aderiram à greve estão sendo condicionados a trabalhar nos fins de semana,
fazer horas-extras e mutirões de entrega. O que é isso senão tentar esconder a
real situação?
Para piorar a situação, em todo o país há tentativas de acabar com a
greve, tanto por parte da empresa como do próprio governo. Até uma Federação
governista se atravessou tentando frustrar as negociações forjando uma falsa
representação da categoria – algo similar ao que ocorreu na greve dos docentes universitários
em 2012.
O QUE SIGNIFICA A LUTA DOS TRABALHADORES
DOS CORREIOS?
Assim como já ocorre nos serviços públicos e no setor privado, cresce
cada vez mais as contratações temporárias e precárias através das
terceirizações. Essa é uma forma clara de negar os direitos trabalhistas, além
de aumentar os lucros. Nessa situação, se os trabalhadores efetivos entram em greve,
o impacto de sua pressão acaba não sendo tão grande, pois os trabalhadores
temporários estarão ali para substituí-los. E o pior é que esses temporários
não contam com nenhuma estabilidade profissional, tendo que se sujeitar aos
mandos e desmandos das chefias.
Isso é uma afronta ao direito de greve e aos direitos trabalhistas. É
isso que os patrões e os governos querem. Está ocorrendo o desmonte dos
serviços públicos e a flexibilização dos nossos direitos.
Nesse sentido é que apontamos como fundamental a ação política dos
trabalhadores dos Correios denunciando os desmandos do Governo Federal e da
ECT. Só teremos nossos direitos respeitados e avançaremos nas conquistas
através da luta organizada.
A luta destes trabalhadores não reflete somente nas suas questões profissionais.
Reflete a luta contra as privatizações e terceirizações que são levadas a cabo
por todos os governos contra os serviços públicos. É o atendimento à população
que também está em jogo.
Assim, apontamos como necessário os demais trabalhadores que não estão paralisados aderirem à luta. As conquistas serão de todos! A prestação de serviços para a população será de maior qualidade! Não podemos permitir que os patrões dividam a categoria. Isso só é benéfico para quem busca o desmonte dos serviços.
Avaliamos como positiva a posição dos trabalhadores que estão lutando e fazendo resistência contra os patrões. Exigimos do governo e da empresa:
Assim, apontamos como necessário os demais trabalhadores que não estão paralisados aderirem à luta. As conquistas serão de todos! A prestação de serviços para a população será de maior qualidade! Não podemos permitir que os patrões dividam a categoria. Isso só é benéfico para quem busca o desmonte dos serviços.
Avaliamos como positiva a posição dos trabalhadores que estão lutando e fazendo resistência contra os patrões. Exigimos do governo e da empresa:
-GOVERNO DILMA: PARE COM AS PRIVATIZAÇÕES! CORREIOS 100% PÚBLICO JÁ!
-PELO FIM DAS TERCEIRIZAÇÕES! CONTRATAÇÃO IMEDIATA DE EFETIVOS!
-CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE DOS TRABALHADORES DOS CORREIOS!
-PELO FIM DO AUTORITARISMO E DO ASSÉDIO MORAL NOS LOCAIS DE TRABALHO!
-REAJUSTE PROPOSTO PELOS TRABALHADORES JÁ!
-PELA ELEIÇÃO DIRETA DAS CHEFIAS! OS TRABALHADORES DEVEM DECIDIR SOBRE OS SERVIÇOS! PELO FIM DO BALCÃO DE EMPREGOS POLÍTICOS NO SERVIÇO PÚBLICO!
Toledo, 24 de setembro de 2013.
Partido
Socialismo e Liberdade – PSOL
Informações obtidas através de
relatos dos trabalhadores e de publicações do SINTCOM-PR e da INTERSINDICAL
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